03 junho 2015

#PH Poem a Day - Dia 03, O Labirinto

[O Labirinto do Corpo]

Começa pelos olhos,
e eu te mastigo.
Lenta e inexoravelmente.
Já é tarde para tentar controlar o tremor nos próprios lábios.

E você desce por minha garganta,
tóxico como cigarro.
Mas ainda assim te devoraria.

Os pulmões à muito já não são os mesmos,
não existe mais fôlego o suficiente;
Taquicardia, bradisfigmia.

O coração bombeira o sangue como um relógio cuco;
desenfreado, Tic tac tic tac!

Preciso te deixar, te exonerar dos pensamentos;
Aqueles, sórdidos, enquanto o sono não vem.
Mas estou olhando através das paredes insondáveis ao seu redor;
Enclausurada e fadada pelos mistérios que te circundam. 

As mãos, trêmulas, apertam o estômago,
no intuito de conter as borboletas 
e as mariposas e os percevejos.
Nada feito.

Você passa
Mas o teu efeito...

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