17 julho 2014

Resenha #01 - Eu Sou o Mensageiro, de Markus Zusak


Parte I
A Primeira Mensagem
Ás de Espada - O Assalto

O assaltante é um mané.
Eu sei disso.
Ele sabe disso.
O banco inteiro sabe disso.
Até meu parceirão Marvin, que é mais mané do que o assaltante, sabe disso.
O pior de tudo é que o carro do Marv está estacionado lá fora, e o parquímetro, correndo. Estamos todos deitados aqui no chão de cara pra baixo, e os 15 minutos de estacionamento estão quase acabando.

Tempos atrás, li um livro maravilhoso chamado “A Menina Que Roubava Livros”, escrito por Markus Zusak; a história é tão genial que me interessei em buscar outros livros do autor, encontrei o livro “Eu Sou o Mensageiro” na biblioteca municipal da minha cidade e antes de terminar o primeiro capítulo eu já havia me apaixonado por Ed Kennedy e toda confusão que ele começava a arrastar para sua própria vida sem se dar conta. Ao término dessa deliciosa leitura eu me senti, sinceramente, frustrada, quando comento com alguém sobre Markus Zusak - Que, juntamente com Zafón e Agatha Christie são meus autores prediletos - logo vem a mente da pessoa A Menina Que Roubava Livros; o mundo inteiro deveria conhecer Ed Kennedy e seus atos heroicos, então, vim lhes apresentá-lo. 



Ed Kennedy tem dezenove anos, é um taxista frustrado que joga cartas com amigos tão fracassados quanto ele; apaixona-se por sua melhor amiga que dorme com todos os vizinhos do subúrbio – menos ele, claro - e divide apartamento com um cão velho e fedorento viciado em café, chamado Porteiro. O pai alcoólatra morreu há pouco pelo vício; a mãe parece desprezá-lo.

Certo dia, ele impede um assalto a banco e é celebrizado pela mídia. O ato heroico tem consequência. Logo depois, Ed recebe enigmáticas cartas de baralho pelo correio: uma sequencia de ases de ouros, paus, espadas, copas, cada qual contendo uma série de endereços ou charadas a serem decifradas. Após certa hesitação, rende-se ao desafio. Misteriosamente levado ao encontro de pessoas em dificuldades, dramas íntimos que podem ser resolvidos por ele. É assim que se vê diante de uma cena de estupro, de um padre atormentado com sua igreja vazia e sem fiéis, de uma viúva e de uma atleta com baixa autoestima.

Ed é um perfeito anti-herói que descobre muito sobre si mesmo, sobre pessoas que acaba de conhecer e pessoas que pensava que conhecia durante sua jornada, ao final dela, compreende melhor seu potencial no mundo e em que consiste ser um mensageiro.

A leitura em primeira pessoa torna tudo mais emocionante, você acompanha o garoto Ed a todo tempo e se descobre junto com ele, e juntos vocês também exploram todo esse mistério por trás das cartas de baralho, apanham juntos, se levantam juntos, dirigem o táxi juntos, fazem escolhas; e depois que você termina o livro, ainda assim ele continua contigo e te faz querer ser o mensageiro também. 


"E ouço de novo as palavras que ouvi hoje de manhã.

“Se um cara como você consegue fazer o que você fez, talvez todo mundo consiga. Talvez todos possam superar seus próprios limites de capacidade.”
E é aí que a ficha cai.
[…]
Eu não sou o mensageiro.
Eu sou a mensagem."

Markus Zusak é filho de pai austríaco e mãe alemã, nasceu em Sydney, em 1975, onde vive até hoje. Tem cinco livros publicados, dos quais Eu sou o mensageiro é o terceiro. Publicou o seu primeiro romance The Underdog - seu título no Brasil é O Azarão (Outro livro altamente recomendado) - em 1999, e o segundo, Getting the Girl - A Garota (e o livro) Que Eu Quero -, em 2001. Seus trabalhos mais recentes são Fighting Ruben Wolfe – Bom de Briga - e o grande sucesso internacional A Menina Que Roubava Livros. 

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